Macarrão para comer rezando.

Quando ouvimos falar de Molho Bolonhesa aqui no Brasil, a primeira ideia que nos vem é de um molho pesado, com carne moída em excesso e de cor duvidosa.

Daqueles molhos que optamos por comer em casa, nunca provar em nenhum restaurante, por mais sofisticado que este seja. É a mesma história do Gnocchi: “Isto eu como em casa!”.

Concordo em partes, pois realmente por aqui o que fazem com o Bolonhesa é uma judiação, na grande maioria. O que encontramos é uma carne moída enfeitada com um molho de tomate suspeito, feito na pressa, típica comida de segunda feira em restaurantes que não se preocupam com qualidade, mas com o lucro e comodidade. Isto quando todas as carnes da semana passada não fazem parte do Bolonhesa que está te esperando na segunda.

O verdadeiro Bolonhesa deve ter equilíbrio, não devendo sobressair a nada, nem a ele mesmo. É uma mistura de carnes frescas, fazendo parte de um generoso Molho de Tomates. Deve ter a ardência da Pimenta Calabresa, o aroma de tomates frescos e um “sabor de paciência”, de comida feita pelo olhar.

Pedaçudo, suculento, com uma profusão de sabores que explodem em sua boca, envolvendo a massa como um abraço fraterno, sem exageros de nenhuma parte (os exageros deixamos para depois). Assim deve ser um Ragu alla Bolognese. Um sabor profundo, de deixar saudades e pensar na Itália,  mesmo que o mais perto que você chegou dela foi ouvindo Ennio Morricone.

A versão do almoço de hoje aqui por casa leva cogumelos Shitake, o rei dos cogumelos. Um brinde neste molho maravilhoso, um Amuse Bouche para surpreender os convidados. Um prato que merece ser servido entre amigos, com a felicidade normal que só boa companhia, bom papo, boa música e boa comida proporciona. Uma receita para ser acompanhada de todos os sorrisos do mundo.

Passarei a receita para uma quantidade maior. Sempre é bom ter esta molho em casa, congelado em porções. O macarrão, vocês fazem do jeito normal, al dente, como deve ser.  O molho, sirvam de maneira que todos se satisfaçam (em torno de 100g por pessoa), sem economias. Spaghetti foi uma opção minha. Usem o de sua preferência.

INGREDIENTES
250 g de carne bovina (Patinho) e carne suína (lombo), moídos
750 g de Molho de Tomate caseiro
1 cebola pequena picada
1 dente de alho pequeno picado
1 colher (chá) de Pimenta Calabresa
200 g de cogumelos Shitake, sem o talo e em fatias
10 g de Funghi Porcini Secchi
1 punhado de salsa bem picad
Sal à gosto

PREPARO

Hidrate o Funghi Porcini em água morna por 10 minutos. Escorra, reservando a água, e pique finamente.

Aqueça uma frigideira grande e coloque metade do azeite. Adicione metade da cebola e alho picado e deixe refogar ligeiramente. Junte o cogumelo, o Funghi Porcini e cozinhe por 3 minutos. Retire com uma escumadeira e reserve.

Na mesma frigideira, coloque o restante do azeite e da cebola e alho. Junte a carne moída aos poucos. Tempere com sal e a Pimenta Calabresa. Deixe refogar até quase secar. Coloque o Molho de Tomate e a água reservada do Funghi Secchi. Deixe cozinhar por 20 minutos.

Adicione os cogumelos reservados e a salsinha picada. Retifique temperos e sirva com o macarrão de sua preferência. Seja generoso.

Comida para entrar na lista de preferidas de sua cozinha. Para atiçar a vontade de parentes e amigos.

Orlando Baumel

Chef de Cozinha, músico e sócio do site junto com a Carol. Casado, pai de 3 lindas garotas.

Este post tem 6 comentários

  1. atana athayde

    A receita parece ser gostosa,mas faltou ser indicado a quantidade de azeite para ser utilizado.

  2. Heloise Ferreira

    Faltou a quantidade de água e azeite. Depois do molho pronto coloquei os cogumelos refogados e deixei mais 10 minutos para oegar o gosto. Sera que fiz mal?

  3. Heloise Ferreira

    Ao invés de salsinha coloquei cebolinha e uma pitada de coentro no molho para dar mais sabor e tirar o cheiro da amonia que o shimeji tem. Voce poderia também explicar como se limpa o shimeji. Tive que pesquisar na internete pois nunca tinha usado
    Sãi críticas construtivas. Obrigada. Um abraço.

    1. Muito obrigado pelas lembranças. Você tem razão. Que bom que deu certo.
      Um abraço!

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