Morretes é uma de minhas cidades preferidas. No pé da Serra do Mar, bem perto do litoral paranaense, esta pequena e simpática cidade encanta quem a conhece. Ponto de parada de uma das mais lindas viagens de trem do mundo, a Curitiba-Paranaguá, é a terra do Barreado (disputando sempre com Paranágua e Antonina), da farinha de mandioca e da cachaça artesanal.

Um dos principais produtos da cidade durante muitos anos, a cachaça morreteana hoje está representada por alguns poucos e obstinados produtores que persistem em manter esta tradição.

Moagem da cana-de-açúcar

Segundo o historiador Antonio Vieira dos Santos, em 1733 João de Almeida já possuía um engenho de cachaça no município de Morretes. Porém, o primeiro engenho central do Brasil foi inaugurado no dia 12 de setembro de 1877, no Rio de Janeiro. O segundo foi no município de Morretes, em 1878 e sua edificação representou o esforço e a visão administrativa de Lamenha Lins, presidente da província.

A década de cinquenta representou o auge da produção de cachaça em Morretes. Sessenta alambiques produziam “as mais finas cachaças artesanais”. Morretes chegou a produzir 1,5 milhão de litros por safra.

A fermentação

Cachaça de Morretes é a bebida servida com o Barreado, o prato mais típico do Paraná e um dos mais do Brasil. As cachaças artesanais de Morretes são encontradas em diversas versões de sabores, sendo a de banana a mais consumida. Fato compreensível, já que para onde se olha por aqui, vê-se pés de banana.

A produção de cachaça em Morretes continua sendo feita da maneira mais artesanal possível, desde a moagem da cana até a obtenção do produto final, passando pela fermentação e destilação. Depois de pronta, a cachaça é deixada em barris para o amadurecimento. A madeira de cada um é o que irá conferir o sabor característico.

Destilação, já quase virando cachaça

Atualmente a produção de cana de Morretes não é a atividade econômica primordial do município, mas é notória a importância cultural da cachaça morretense para o Paraná.

A transformação de sua matéria prima ( a cana-de-açúcar) em garapa, melado, rapadura, entre outros, são igualmente produzidos npo município.

Fonte: Folder da PROCANAMOR – projeto de extensão da FAFIPAR que apóia os pequenos produtores rurais de Morretes. a partir de assessoria agronômica e administrativa no fomento de novas atividades econômicas.

A visita que fiz e trago para vocês foi no Alambique Engenho Novo, que produz uma cachaça com um capricho impecável, além de atender os visitantes com  a simpatia típica do povo de Morretes.

O Engenho Novo é comandado por Marcell Duszcak.

ENGENHO NOVO – Cachaça artesanal de cana

Rua XV de novembro, 1533

Tel.: (41) 3462 3705

Morretes      PR.

Orlando Baumel

Chef de Cozinha, músico e sócio do site junto com a Carol. Casado, pai de 3 lindas garotas.

Este post tem 3 comentários

  1. rafael h morales

    gostei muito dessa cachaça,queria saber onde comprar aqui em S.Paulo ou se enviam p S>Paulo

    1. Olá, Rafael
      Não sei te dizer se você encontra em São Paulo. Acho que o mais provável é entrar em contato com o fabricante. Não consegui achar na internet. Estou lhe enviando o link de outro produtor muito bom de Morretes. > https://www.portomorretes.com.br/
      Obrigado pela participação e um abraço!

      1. Nancy

        Boa noite. Gostaria de saber se vcs tem cachaça de caqui

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