Como escolher um bom azeite na hora da compra?

Atentar-se aos rótulos dos produtos é essencial para realizar uma boa compra.

Azeite de oliva

O azeite está cada dia mais presente nos lares dos brasileiros, não sendo mais utilizado apenas no tempero de saladas, como também já incorporado no preparo e finalização de pratos. Esta mudança nos hábitos de consumo visando saudabilidade e o sabor inconfundível faz com que muita gente já substitua a manteiga, margarinas e óleos por azeites.  Mas é muito importante que a ampliação do consumo venha acompanhada de maior conscientização sobre a categoria.  A qualidade deve ser sempre um ponto crucial para a escolha de um azeite. Existem diversos tipos de azeite e é essencial que o consumidor esteja atento aos rótulos das embalagens na hora da compra, para que leve para casa a melhor opção para suas necessidades.

Para o médico especialista da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) Dr. Carlos Alberto Nogueira de Almeida o azeite é o óleo mais saudável para consumo, mesmo quando aquecido. O ingrediente tem propriedades antioxidantes e pode auxiliar inclusive na prevenção de doenças cardiovasculares, já que auxilia na redução do colesterol LDL (ruim), sem afetar o HDL (bom), permitindo o equilíbrio entre os dois no organismo. Porém, alerta que é necessário tomar cuidado com os óleos compostos, que são comercializados em embalagens parecidas com os azeites. “Esse tipo de produto é uma mistura de algum tipo de óleo, normalmente de soja, com azeite de oliva, não tendo os mesmos benefícios de um produto obtido exclusivamente da azeitona”, afirma.

As diferenças entre os azeites

Segundo a OLIVA (Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira), só podem ser considerados “Azeite de Oliva” aqueles óleos obtidos exclusivamente do fruto da oliveira, ou seja, da azeitona. Dentro da categoria são estabelecidas as denominações “Oliva”, “Virgem” e “Extra Virgem”, de acordo com processos físicos ou mecânicos pelos quais os produtos são submetidos.  Assim, diversos tipos de azeite podem ser encontrados nas gôndolas, já que há variações de acordo com o tipo de azeitona, forma como é extraído, condições climáticas durante o processo de colheita, tipo de solo, dentre outros diversos fatores.

Azeite de Oliva: Trata-se de azeite refinado, enriquecido com azeite virgem, aromático e frutado, com grau de acidez igual ou inferior a 1,0%. É ideal para frituras, devido sua elevada resistência às altas temperaturas. É mais barato, mantém o valor nutritivo do azeite e tem um ponto de fumaça bastante elevado, o que permite aumentar o seu número de utilizações. Além disso, forma uma crosta na superfície dos alimentos, que impede a penetração do produto no interior dos mesmos. Com a utilização do azeite de oliva para a fritura obtêm-se fritos mais secos e apetecíveis.

Curiosidade: A nomenclatura “Tipo Único” encontrada nos rótulos frontais de muitas marcas é uma exigência do orgão regulamentador da categoria no Brasil.

Azeite Virgem: É o tipo de azeite extraído apenas por processos físicos. Sua acidez varia de 0,8% até 2%. No Brasil é incomum encontrá-lo para comercialização. Muitos consumidores, por desconhecimento, denominam o azeite de oliva (mais comum de encontrar em nosso páis) como virgem. É um erro, pois são distintos.

Azeite Extravirgem: Azeite prensado a frio, processo que mantém seus nutrientes. Sua acidez é a mais baixa, com limite até 0,8%. O azeite com baixa acidez indica que foi proveniente de um fruto de boa qualidade e obteve uma boa qualidade de tratamento e conservação

Curiosidade: Para os azeites autenticamente Extra Virgens, a nomenclatura “Tipo Extra Virgem” encontrada nos rótulos frontais de muitas marcas é uma exigência do orgão regulamentador da categoria no Brasil.

Há também os produtos compostos, normalmente mais baratos, porém de qualidade inferior:

Óleo Composto ou Azeite Composto: Possui cor clara e perde aroma, cor e sabor, devido ao processo de refinamento do óleo, responsável também pela perda de nutrientes. Geralmente é misturado ao azeite extra virgem, dando origem aos óleos ou azeites compostos. Sua acidez varia de 1,5% a 3% e é muito comum nos mercados. “Os óleos são ricos ácidos graxos saturados, que são prejudiciais à saúde, ainda mais se utilizados em altas temperaturas”, finaliza o especialista.

 

Orlando Baumel

Chef de Cozinha, músico e sócio do site junto com a Carol. Casado, pai de 3 lindas garotas.

Este post tem um comentário

  1. Maria

    Amei a matéria, foi muito esclarecedor,agora sim aprendi as diferenças de tipos de azeite.Valeu!!!!

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